Doenças renais em cães e gatos: o que é, causas e tratamento

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28/10/2024

Aqui na Mascote Fit, sabemos que nossos amigos de quatro patas são muito mais do que apenas animais de estimação – são membros da família. Cuidar muito bem da saúde dos nossos pets é assunto sério e, hoje, vamos conversar sobre um tema delicado, mas muito importante: doenças renais em cães e gatos

A doença renal é uma condição que afeta muitos pets e pode ter um grande impacto na qualidade de vida deles. Queremos ajudar você a entender como identificar sinais de alerta e a importância de uma alimentação adequada para manter a saúde dos nossos peludos em dia.

Para nos aprofundarmos no assunto, conversamos com a Dra Patrícia Mosko, Médica Veterinária Nefrologista, PhD, Autora Best Seller e Host do PetDocCast. Vamos nessa?

O que é doença renal?

De acordo com a Médica Veterinária Nefrologista PhD no assunto, Dra Patrícia Mosko, “a doença renal crônica é o acúmulo de pequenas cicatrizes no rim ao longo de uma vida inteira, ou seja, a gente vai perdendo trabalhadores do rim e quando o rim já não tem trabalhadores suficientes para dar conta de todas as suas funções, a perda da função se instala”. 

Hoje, a doença renal crônica tem quatro estágios, sendo o estágio 1 o mais brando e o estágio 4 aquele em que o paciente já está em falência renal, ou seja, que o cão ou gato tem uma qualidade de vida prejudicada.

“Atualmente, estamos tentando fazer diagnóstico mais precocemente para começar com o tratamento adequado mais cedo e permitir que esse cão ou gato viva mais tempo com mais qualidade longe dos sinais que os fazem sofrer”, complementa Dra Patrícia Mosko.

Quais os principais sintomas de doenças renais?

A Dra Patrícia Mosko nos explicou que os sintomas de doenças renais em cães e gatos são muito sutis. “Por exemplo, em cães, um dos primeiros sinais de doença renal é o aumento do volume de urina produzido. Ou seja, o cão faz mais xixi e faz um xixi mais clarinho – e o normal é o cão fazer xixi escuro. E, para não desidratar, o corpo ativa a sede. Então, é um cão que faz muito xixi e bebe muita água”.

Já com os gatinhos, os pets com sinais de doença renal também fazem mais xixi e tomam mais água. Contudo, a Nefrologista Veterinária afirma que ele não é o primeiro sinal. Segundo ela, “o primeiro sinal de doença renal em gatos é a redução do apetite ou o apetite ‘caprichoso’, que ora come, ora não come; às vezes come bem, algumas vezes vomita; e a perda de peso. Então, nos gatos, os sinais são ainda mais sutis do que nos cães”.

Por isso, os tutores devem ficar sempre atentos ao seu peludo para levá-lo ao veterinário se notar situações estranhas. Com o apoio de um profissional capacitado, será possível entender se esses sinais podem ser um problema.

O que pode causar a doença renal crônica nos pets?

A doença renal crônica não é uma doença na qual o pet tem contato com um único agente e, a partir disso, desenvolve o problema.

“As causas da doença renal crônica são múltiplas, mas existem aquelas mais comuns que matam os trabalhadores dos rins, como as doenças infecciosas, a leptospirose, a leishmaniose, as infecções urinárias recorrentes, a pielonefrite e as doenças transmitidas por carrapato”, ensina a PhD Dra Patrícia Mosko.

A profissional ainda complementa que processos inflamatórios em outros lugares do corpo do animalzinho também contribuem para a doença renal. Um exemplo disso são as doenças periodontais, pois aquelas placas que surgem e se acumulam na boca dos pets inflamam a gengiva e produzem substâncias tóxicas para o rim.

“Existe ainda o abuso de medicações como anti-inflamatórios e algumas substâncias que a gente entra em contato no dia a dia, por exemplo, uva é absolutamente tóxica tanto para cão quanto para gato” alerta Dra Patrícia, explicando que esse contato pode desencadear doença renal no peludo.

Ela ainda reforça que os tutores de gatos devem ter cuidado extremo com lírios. “Para gatos, qualquer contato com qualquer parte do lírio pode provocar intoxicação renal aguda”.

A Médica Veterinária Nefrologista explica que “de forma geral, tudo que provoque desidratação e queda de pressão vai fazer com que o rim sofra e, ao longo do tempo, o acúmulo dessas mortes de trabalhadores renais vai somando e, lá na frente, culminar em doença renal crônica”.

Como é feito o diagnóstico de doença renal em cães e gatos?

Quando o tutor observa em casa os principais sintomas de doença renal no seu pet, como o aumento da ingestão de água, aumento do volume de urina, urina mais clara, e apetite caprichoso e perda de peso nos gatinhos, ele deve levar o animalzinho ao veterinário para que ele faça três tipos de exames.

De acordo com a PhD em Nefrologia Veterinária, esses exames vão se casar e somar com os sintomas clínicos que o pet vem apresentando para ser possível fazer o diagnóstico de doença renal. Os exames solicitados são:

  • Exame de sangue, como uréia, creatinina, SDMA, hemogasometria, eletrólitos que são os minerais, hemograma;
  • Exame de urina;
  • Exame de imagem, que é o ultrassom abdominal.

O Médico Veterinário especialista na saúde dos rins precisa casar esses resultados porque cada um deles traz um tipo de informação diferente. “Exame de sangue e de urina é relativo à função e lesão renal, e exame de imagem é relativo à anatomia e aspecto de lesão renal. Eu preciso somar as informações para entender de fato se a doença existe e qual o caráter dela”.

Dra Patrícia ainda complementa que, “feita a determinação, ou seja, que nós detectamos a alteração, é necessário que se instale o tratamento e que se reavalie o pet pouco tempo depois, via de regra em uma semana, 10 dias, no máximo 15 dias, para verificar se essas alterações persistem, porque muitas vezes as alterações podem ser transitórias. Se elas persistirem apesar do tratamento, aí sim a gente estabelece o diagnóstico da doença renal”.

Como é o tratamento das doenças renais em cães e gatos?

Primeiramente, a Dra Patrícia Mosko traz um conceito importante para começarmos a falar sobre o tratamento de doenças renais em cães e gatos. De acordo com ela, nós conhecemos o rim como um órgão que filtra o sangue, porém ele não faz só isso!

O rim ele executa 7 funções diferentes no corpo: ele filtra o sangue, equilibra a quantidade de água, equilibra a quantidade de minerais, excreta ácidos e reabsorve base, participando do equilíbrio ácido-base do corpo, participa do equilíbrio da pressão arterial, é parte da produção de células vermelhas e influencia o mecanismo hormonal de cálcio e fósforo”.

Então, o tratamento vai depender de qual ou quais funções do rim estão com alteração. “Por isso, é extremamente importante que o médico que esteja conduzindo o diagnóstico do paciente tenha buscado informações sobre todas as funções”, adiciona a Veterinária PhD em Nefrologia. 

Ainda sobre o tratamento, Dra Patrícia Mosko traz exemplos práticos para que a gente consiga entender o assunto. Segundo ela:

  • Se o paciente tem uma alteração como desidratação, ele vai receber fluído; 
  • Se ele está com deficiência de potássio, que é muito comum nos gatos, provocando redução de apetite, vômito e constipação como sinais clínicos dentro da doença renal, é necessário suplementar o potássio;
  • Se o paciente está com sangue ácido, deve-se suplementar a base, que são os álcalis;
  • Se ele tem alteração de pressão alta, será necessário entrar com a medicação para baixar. 

“Então depende de qual é a função alterada e, dentro disso tudo, ainda existe o tratamento dos sintomas e o tratamento de controle ou de prevenção de intoxicação urêmica, que são basicamente os tratamentos que vão reduzir a circulação de toxinas e geração de toxinas dentro do corpo e o principal pilar disso é uma dieta equilibrada”, complementa a PhD.

Como a alimentação natural ajuda cães e gatos com doença renal?

Dra Patrícia Mosko é categórica ao explicar que “a alimentação do paciente doente renal estágio 3, que é a insuficiência renal, é de extrema importância. Isso porque, já que o rim não é suficiente nas suas funções, a gente precisa diminuir a carga de substâncias tóxicas que ele vai eliminar ou que ele não consegue eliminar e vão ficar retidas no corpo, gerando menos toxinas e a alimentação é ponto fundamental”.

Segundo a Nefrologista Veterinária, a dieta natural tem três grandes vantagens para cães e gatos com doenças renais. “A primeira delas é a gente adequar os alimentos ao paladar e aceitação dos pacientes, porque é muito comum que o paciente na doença renal tenha redução do apetite e um apetite mais caprichoso. Então, ele vai aceitar melhor aquilo que ele gosta e nós conseguimos fazer essas adaptações na dieta natural”.

“Segundo ponto importante: pela dieta natural, a gente consegue aumentar a ingestão de água do paciente. Isso porque, a dieta natural tem aproximadamente 70% de água na sua composição. Em contrapartida, uma ração seca vai ter de 10% a 20% de água na sua composição. E manter a hidratação é um dos pontos importantes para assegurar um descanso para o rim, garantindo que o rim trabalhe com mais tranquilidade”, adiciona.

A terceira vantagem da alimentação natural para pets com doença renal é que, por meio da dieta natural, é possível fazer modificações na composição que vão de encontro com as  necessidades específicas do peludo. 

Dra Patrícia Mosko explica que “existem pacientes com doenças renais que têm necessidades especiais. Por exemplo, são pacientes que necessitam de suplemento de magnésio, ou em outros momentos não podem fazer uma restrição de fósforo muito acentuada, pela característica da doença que pode ser uma doença perdedora de fósforo”. 

Então, dependendo da causa da doença, é possível adequar a dieta àquela necessidade específica.

“E esse trabalho será feito pelo Nutricionista orientado pelo Nefrologista, porque o Nefrologista vai identificar a necessidade especial e vai passar para o nutrólogo, para que ele faça uma prescrição de dieta absolutamente adequada e voltada para a necessidade individual daquele paciente”, complementa a PhD.

As doenças renais em cães e gatos são muito comuns e de alta frequência na clínica veterinária. Se você recebeu o diagnóstico de doença renal do seu pet, busque ajuda de um especialista, que é um profissional com conhecimento aprofundado no assunto!

“Os conceitos antigos de monitorar apenas a creatinina, trocar a ração para ração específica, fazer excesso de fluído terapia ou ficar internado esse paciente com frequência são atitudes ultrapassadas com conhecimentos que tínhamos há mais de 20 anos”, sinaliza Dra Patrícia Mosko. 

Hoje, a Medicina Veterinária evoluiu muito em termos de diagnóstico dos distúrbios renais, das características das doenças renais e da importância da individualização dos tratamentos. 

Portanto, quanto o tutor receber o diagnóstico de doença renal no seu pet, é extremamente importante que ele busque a opinião de um especialista.

“É o nefrologista que vai conseguir buscar as alterações das sete funções, estabelecer o tratamento adequado para cada uma delas e traçar um plano de monitoração para que o paciente viva com a doença, mas sem parecer doente, sem ficar dependendo do hospital, que ele volte para as monitoração, mas mantenha a qualidade de vida em casa. Com esse protocolo, a gente consegue muitas vezes mais do que dobrar a expectativa de vida do paciente quando acompanhamos com especialistas”, explica Dra Patrícia Mosko. 

Dietas balanceadas para o tratamento adequado do seu pet

Você viu que a alimentação é fundamental para pets com doença renal, certo? E a dieta natural, feita com ingredientes frescos, sem conservantes ou corantes, é tudo de bom para você garantir qualidade de vida para seu amiguinho de quatro patas!

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Assim, basta descongelar e servir a comidinha para seu peludo. Fazemos isso para facilitar a sua rotina e, principalmente, para garantir que você consiga oferecer uma dieta 100% balanceada com tudo o que seu pet precisa.

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